Metamorfose
Back to writing again...
Certas vezes desabafo, outras vezes confissão, o que importa no final é que abro o coração...
Faço isso pela terapia que é escrever!
Então, sejam bem vindos todos que tiverem interesse em ler minhas reminiscências!
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
O Efeito do Tempo e a Mutabilidade das Coisas

"Deus pede estrita conta de meu tempo.
E eu vou do meu tempo, dar-lhe conta.
Mas, como dar, sem tempo, tanta conta.
Eu, que gastei, sem conta, tanto tempo?
Para dar minha conta feita a tempo,
O tempo me foi dado, e não fiz conta.
Não quis, sobrando tempo, fazer conta.
Hoje, quero acertar conta, e não há tempo.
Oh, vós, que tendes tempo sem ter conta,
Não gasteis vosso tempo em passatempo.
Cuidai, enquanto é tempo, em vossa conta!
Pois, aqueles que, sem conta, gastam tempo,
Quando o tempo chegar, de prestar conta
Chorarão, como eu, o não ter tempo..."


Procede, portanto, caro Lucílio, conforme dizes: preenche todas as tuas horas! Se tomares nas mãos o dia de hoje conseguirás depender menos do dia de amanhã. De adiamento em adiamento, a vida vai-se passando.

"O mundo é enorme
Maior é o tempo
Enquanto você anda o tempo passa e você não vê
O mundo é enorme
Maior é o tempo
Enquanto você se lamenta quanto tempo lhe resta a perder?
Nessa existência medíocre
Que tem levado em vão
Não possui nada, apenas um sim e, por certo, vários não's
O não de não ser
De não escolher
De não perceber
Que quando tinha tempo deveria ter feito o que eu queria fazer
O mundo é enorme
Maior é o tempo
Enquanto o tempo voa você se arrasta e não vê
Enquanto o tempo brada você marcha sem perceber
Enquanto o tempo acaba você se lamenta
Chora o tempo e o caminho não traçado por você
O mundo é enorme
Maior é o tempo
Enquanto você se lamenta quanto tempo lhe resta a perder?"
"Maior é o tempo" - por Mila Bastos.

Tenho andado em crise existencial ultimamente. Isso se deve a inúmeros fatores e ao momento em que me encontro na vida, e não pretendo me extender nisso aqui, afinal de contas vocês não têm ouvidos de pinico, nem são psicólogos. Mas o fato é que tenho refletido intensamente sobre a vida e o que tenho feito efetivamente no meu tempo gasto e, posteriormente, quais serão os frutos que colherei no meu tão idealizado e almejado futuro.
Oras, quem jamais teve uma crise, ou simplesmente se perguntou sobre o tempo, a vida, o que faremos, o que virá, e o agora? Talvez essas perguntas jamais tenham respostas, mas é algo saudável de se pensar, contanto que o epílogo de tanta reflexão (se é que é possível que haja um) seja construtivo. Afinal, de que adianta apenas enclausurar-se em pensamentos e lamentações para simplesmente se deprimir e não aprender nada? Isso não leva a nada.
Então, ao pensar no que fazer da vida, ouvindo algumas músicas e lendo alguamas tirinhas do Calvin acabei tendo a idéia de procurar algumas citações sobre o tempo e o que alguns pensadores e pessoas comuns já expressaram sobre o assunto. É sempre bom fazer uma vasta pesquisa sobre os assuntos e apreender alguma opniões diferentes. Nesse caso todas as fontes falam coisas basicamente distintas, porém essencialmente convergentes: O tempo e como o interepretamos e interagimos com ele. O tempo, esse carrasco e redentor.
Na primeira imagem que coloquei, no topo desse texto, há uma bicicleta que faz referência a um relógio, e onde há escrito "Time Flyes", "o tempo vôa". Esse é basicamente o ponto em comum de todos os que questionam o tempo. "Ah, como o tempo passa rápido!" Essa é a base da aflição humana. E é a própria aflição humana que impede o homem de estagnar e instiga evolução. O tempo é o fardo e carrasco que define o homem e tudo que existe. Daí não ser possível apenas se lamentar pelo tempo, posto que tem também seu lado bom: As mudanças.
Schopenhauer disse que o tempo reduz tudo ao nada. Eu não concordo com isso, na verdade quem reduz o tempo ao nada são as próprias pessoas, ao não apreveitar o tempo da maneiro que deveriam, de acordo com as suas expectativas e perspectivas pessoais. Sendo assim, de acordo com a perspectiva de Antônio Chagas, nos é dado tempo para dar conta de tal tempo, e o arrependimento e amargura em relação ao tempo reside no fato de que, quando tinha-se tempo, ter-se gastado, sem conta, tanto tempo. A minha interpretação continua sendo de que é preciso cuidar o tempo gasto, o tempo é dinamico e inalcansável, sendo mutável apenas o que se pode fazer do tempo presente em diante, havendo o passado se imortalizado irremediavelmente com o próprio tempo dispendido ("...toda a nossa vida pretérita é já do domínio da morte") , com conta ou sem conta. Séneca disse "Mas o pior de tudo é o tempo desperdiçado por negligência. Se bem reparares, durante grande parte da vida agimos mal, durante a maior parte não agimos nada, durante toda a vida agimos inutilmente", reforçando essa mesma idéia. Portanto o tempo não é algo ruim, não é só um carrasco, mas é também um presente que nos foi dado para aproveitarmos, tomarmos conta, com especial carinho.
Pois bem, meu motivo aparente para voltar a escrever é refletir sobre o tempo. Eis, portanto, o epílogo de minha reflexão: Não lamentar o tempo irremediado do passado, não se perder nas incertas linhas do futuro, aproveitar o presente da melhor forma possível tendo em mente, sim, o futuro e os frutos que se pretende colher, levando em conta expectativas e potencialidades individuais.Então se quer fazer-se pagar pelos seus esforços, seja o operário da sua vida.
/v\i£ä
domingo, 21 de março de 2010
Filosofias de um banco de avenida
Nada passa
Tudo fica...
E na grande avenida da cidade
Corre a vida,
Corre a gente,
Quem trabalha,
Quem transita,
O indigente...
E todos passam
Mas nada fica...
Do que resta
Do fim da festa,
No fim do longo dia
Quando tarde,
Dormir já não podia
E que falta de companhia sentia...
Com tudo e tão pouco...
Tanta gente quase ninguém!
E o tempo corre,
As pessoas correm
Passando pelo banco,
Que não notado,
A tudo via.
Ninguém nunca vê...
Mesmo as pessoas
Que andam milhas e milhas todos os dias
Mesmo as que paradas permanecem...
Que em seu estado de repouso
Padecem...
As que não lutam e
Que de motivação carecem...
Aquele que é alienado,
Desentendido ou descuidado
Que visto o visto...
O dito...
O ocorrido...
Por aquilo que não fora lido...
O preguiçoso,
O desinteressado,
O mal instruído...
O iludido...
O qual pouco tenha mal feito..
Bem feito...
E o com despeito?
Mas quem é esse sujeito
Que fora do meu contexto,
Vem todo cheio de pretexto
Pra me criticar?!
Esse é o Senhor Consciência...
Aquele que esporádico
Vem nos perturbar
De quem não há como escapar
Que quando no banco solitários,
Com suas verdades
Põe-nos a pensar...
Aquele zumbido que nos atormenta
Que nos faz até mudar...
E neste mesmo banco...
Quando sem respostas ou soluções,
A observar paramos...
E é quando nos perguntamos
A que ponto chegamos?
Quando sem respostas
Seguimos conformados
Pela larga, longa e movimentada avenida...
E pra trás tudo fica
Tudo passa pela avenida...
As pessoas passam...
Mas ninguém fica
Se amanhã é um novo dia
Para aquele que num futuro melhor acredita...
Para o que tudo falta...
Até comida
Que este vá levando a vida!